18 de outubro de 2007

Imagens descartáveis

Estava eu na paragem à espera de um autocarro e vejo, pelo reflexo do vidro, uma estrada onde esperava encontrar um prédio. Talvez estivesse atordoado pela Numb dos Portishead, mas só depois de olhar melhor é que me apercebi de ser um reflexo. Como que por reflexo, saco do telemóvel e "snap!". É tão fácil, tão acessível, que se torna descartável o acto de registar uma qualquer imagem que achamos "engraçada". E fica depois o telemóvel com a memória cheia de entulho. Imagens que, dias depois, nem sequer nos conseguimos lembrar onde foram tiradas, ou por que motivo. Esforço zero, qualidade mínima, conteúdo inexistente. Afinal, é só tirar o telemóvel do bolso...

3 comentários:

Nuno Mendes disse...

Mas fotos dessas nem são descartáveis. Até está aí uma boa prova do que é ilusão de óptica e como incrível pode ela ser.

Imagens descartáveis são sim, aquelas pitas que diáriamente tiram uma foto a si mesma, sem qualquer qualidade ou interesse, e metem no Fotolog, onde recebem milhares de visitas por dia, por gente sem interesse, gente vazia sem qualquer personalidade ou vida própria.

Isso sim é um óptimo exemplo do que é descartável, tanto as pessoas que fazem disso a sua vida, como aquelas que gastam o seu tempo a admirar tal coisa.

Anónimo disse...

Bem "dizido" senhor Nuno!

Tiago Ramos disse...

Não é por esse motivo que deixam de ser importantes. A facilidade é outra, as fotografias são mais espontâneas, mas o sentido por trás delas não deixa de existir.