28 de maio de 2007

Desgaste

Hoje acordei com vontade de ficar todo o dia na cama... Acordei com dores físicas e psicologicamente cansado. O que é terrível nesta fase final, cheia de trabalhos e exames... não vejo a hora de estar de férias... apetece-me dormir durante uma semana e recuperar todas as energias... sinto que ultrapassei o meu limite e tenho dificuldade em arranjar motivação para as coisas. Falta-me aquela força extra para conseguir levar tudo direitinho até ao fim, e o pior é que acho que estou a chocar uma gripe...
Este deve ser o meu primeiro post a queixar-me da minha vida "miserável", mas é apenas o desgaste a falar... esta faculdade consegue deixar-me de rastos...

24 de maio de 2007

Intervalo


FEUP - 3:34 AM

Final da temporada de Lost... Um episódio de duas horas, lançado na internet em duas partes. É impressionante quando, de repente, tudo dá uma grande reviravolta e... intervalo. Mesmo naquele momento em que ficamos completamente presos ao episódio, em que queremos mais, queremos ver o resto, qual o desfecho daquela que, para mim, é a melhor temporada de Lost até agora... E vem o terrível intervalo, esperamos pelo download da segunda parte...

Tudo foi preparado em grande. Nove pessoas, dois portáteis sincronizados, duas colunas e uma sala de estudo só para nós. É a primeira vez que vejo Lost em grupo e, tirando os momentos em que um ou outro se lembram de mandar bitaites, acaba por ter piada ver a cara de choque nos melhores momentos do episódio...

Está a ser uma noite em grande, falta meio episódio final de Lost...

15 de maio de 2007

Utopias nómadas

Fazer as malas e partir, sozinho, pelo mundo... Desde muito novo que vejo algo de poético nisso. Nunca gostei de ficar "preso" a um local durante muito tempo, mas não me refiro a locais físicos sequer... Sinto um certo desgaste, nem lhe posso chamar cansaço, que me faz ficar preso a uma condição que muitos chamariam "nem f*** nem sai de cima", por não me mexer para me renovar e encontrar algo que me entusiasme. Fico, apenas, a pensar como seria bonito viajar e conhecer o mundo, outras culturas, tirar umas boas fotos a pessoas e paisagens desconhecidas... Como o miudinho que olha para um filme daqueles clássicos de jazz em que o personagem principal, nos seus trinta e tais, veste um casaco preto comprido e toca saxofone...

E enquanto a minha imaginação viaja por mundos aos quais não tenho acesso, fico parado, sem fazer nada por isso. Tudo me parece demasiado utópico, então conformo-me e revolto-me, ao mesmo tempo, por estar preso a uma realidade demasiado rotineira e aborrecida...

11 de maio de 2007

Life interference

Costumo pensar que a vida de cada pessoa é uma linha... ao longo do seu percurso, as linhas de cada um vão seguindo caminhos diferentes, por vezes cruzando, por vezes seguindo o mesmo caminho durante certos períodos de tempo. Há situações curiosas, como linhas que seguem caminhos próximos durante anos, paralelamente, até que alguma situação faça com que estes se cruzem.

Hoje decidi meter-me num autocarro, por pura preguiça de caminhar o trajecto equivalente a apenas uma paragem. Os transportes públicos são autênticos emaranhados nas nossas linhas. O autocarro entra e uma típica velha sentada no banco atrás do motorista pergunta-lhe se vai passar em determinada paragem, como é habitual, uma vez que o trânsito está todo alterado com as obras. Nisto, um velho que estava mesmo à minha beira, responde-lhe bem alto que o autocarro passa nessa paragem, que é só uma rua que está cortada e que é preciso ser-se mesmo burro pra não perceber isto. Mas, dizia ele, a culpa disto tudo é do Presidente da Câmara do Porto, que faz estas obras todas ao mesmo tempo e depois as pessoas não percebem nada. As pessoas, continuou ele, dão razão ao senhor presidente e defendem o senhor presidente, mas era quem se revoltasse e acabasse com esta merda toda. "Era fazer como em França e por tudo a arder!"

Enquanto me divertia, observando todo o discurso inflamado do velho que gritava sozinho, sem ninguém que lhe respondesse, sou interpelado por uma senhora que estava atrás de mim. "Uma pessoa ri-se mas ele até tem razão. E quem sofre mais são vocês, que estudam, e vão directos pro desemprego! Isto está mesmo muito mal... antes do 25 de Abril éramos oprimidos, mas havia emprego pra toda a gente. E ele guardava muito e éramos oprimidos, mas ninguém ficava sem emprego. Agora eles roubam, sabe-se e o povo vota neles na mesma! E depois vocês, médicos, engenheiros, andam aí todos a lavar copos. E é se tiverem sorte!"... Mas o pior foi que a senhora também saiu na mesma paragem que eu, e lá continuou "que os engenheiros já têm muita sorte se conseguirem ir varrer as ruas, porque os outros nem isso conseguem" ao que eu respondi que o pior são as pessoas que recusam empregos que consideram "inferiores" para o seu estatuto. O discurso da senhora mudou logo para "e depois recebemos reformas que são uma miséria, por causa dessas pessoas que não fazem nada e recebem o fundo de desemprego!" Protestou mais um pouco mas, felizmente, os nossos caminhos separaram-se. Desejou-me muitas felicidades.

E eu que só vim até aqui para tomar um café ao fim da tarde, antes de ir para casa...

9 de maio de 2007

A tribo do mar invade a terra

"A cantora islandesa está de Volta" foi a frase mais repetida nos jornais portugueses (excepto o Público que, por algum motivo, lhe decidiu chamar "monstro"). Volta é uma invasão sonora, completamente distinta dos trabalhos anteriores, especialmente os mais recentes. E, nesse aspecto, a música que abre o álbum é bastante representativa do seu conteúdo. "Earth Intruders" começa ao som de uma marcha, tribal, à qual se juntam os sons industriais e ritmados característicos do Timbaland. Um verdadeiro tsunami de palavras enche a música, um pedido de justiça, segundo a cantora, influenciado pelas vítimas da tragédia que abalou o mundo em 2004.

Um coro de cargueiros anuncia a chegada de "Wanderlust", uma das minhas músicas preferidas deste álbum. Quando, há algum tempo atrás, se soube que a Björk tinha comprado um cargueiro para viver enquanto viajava pelo mundo, era de se prever a influência do barco no trabalho da cantora. Os instrumentos de sopro estão bastante presentes no álbum, que prossegue em terra com um belíssimo dueto com Antony Hegarty (dos Antony and the Johnsons). A química entre os dois cantores faz de "The Dull Flame of Desire" uma música apaixonante, daquelas para ouvir junto ao mar com alguém especial. Lamechiches à parte, pois "Innocence" quebra toda a atmosfera e invade com batidas fortes, semelhantes às que Timbaland tinha já produzido para Missy Elliot.

As transições entre as músicas estão feitas de uma forma excelente, criando momentos de quebra e de ligação que realçam a noção de continuidade do álbum como um todo. "I See Who You Are" é uma música calma e melodiosa, marcada pela contribuição da chinesa Min Xiao-Ben, que se destaca por estar inserida entre duas músicas de sonoridade industrial. Os sopros de "Vertebrae by Vertebrae" acalmam em "Pneumonia", provavelmente a música com a melhor letra do álbum. No entanto, "Hope" é a mistura mais curiosa do álbum, uma letra polémica, cordas chinesas na terceira (e última) contribuição de Timbaland para este álbum. Críticos e fãs não ficaram indiferentes à letra "whats the lesser of 2 evils? / if a suicide bomber made to look pregnant / manages to kill her target or not?".

Mas a verdadeira revolta está presente em "Declare Independence". Uma conquista não seria possível sem alguma violência, e finalmente a tribo invasora levanta a sua bandeira. No entanto, o álbum só termina com "My Juvenile", em que Antony presta novamente uma boa contribuição, desta vez no papel de "consciência", numa tentativa bem sucedida de melhorar o final. "This is an offer to better the last let-go"...

É discutível dizer se Volta é o melhor álbum de Björk alguma vez feito. As reacções variam conforme quem o ouve, até mesmo com o número de vezes que se ouve. Talvez no futuro seja mais fácil poder afirmá-lo, ou não. Mas tem qualidade ao nível do melhor a que a Björk já nos habituou, o que já é dizer muito bem de qualquer álbum.

Obrigatório ouvir: "Wanderlust", "The Dull Flame of Desire" e "Earth Intruders"

4 de maio de 2007

Para o meu amigo Fábio

Na passada terça-feira, comemorou-se o aniversário do Fábio. Bem, na realidade, a comemoração foi de segunda para terça, mas isso não faz qualquer diferença. Já tive a oportunidade de lhe dar os parabéns pessoalmente, mas fica aqui uma pequena homenagem aos melhores momentos da noite: