9 de dezembro de 2008

Wii - 2 anos depois (e agora?)

Ontem marcou o 2º aniversário da Wii na Europa. Parece que foi ontem que cheguei a casa com o meu "brinquedo" novo todo entusiasmado para jogar o novo Zelda e experimentar o Wii Sports... durante estes dois anos, já comprei mais jogos do que durante todo o ciclo de vida da Gamecube. Não é de admirar, visto que essa consola nunca conseguiu atrair uma forte audiência e, por consequência, não teve o apoio das 3rd parties que seria de esperar - o título mais forte que me consigo lembrar vindo de fora da Nintendo é o Resident Evil 4 e, apesar de ser um excelente jogo, não faz bem o meu género...

2 anos de jogos Nintendo

A Nintendo apostou forte na Wii e, em apenas dois anos, todas as suas grandes franchises tiveram um lançamento que superou tudo o que estava para trás: Super Mario Galaxy, Legend of Zelda: Twilight Princess, Metroid Prime: Corruption, Mario Kart Wii e Super Smash Bros. Brawl são os principais exemplos disso. Mas não se ficaram pelos clássicos: o Wii Fit, um software completamente diferente do que estamos habituados a ver em consolas, provou ser um sucesso estrondoso que, ainda hoje, se mantém nos tops de vendas mundiais. Tivemos o (muito) incompreendido Wii Music, que alguns esperavam ser uma espécie de "Guitar Hero" (mas na realidade é um software completamente diferente, embora bastante divertido na mesma), o "jogo" que acabou por marcar uma nova polémica: onde é que estão os jogos? A resposta é simples: onde sempre estiveram, apenas agora temos mais variedade de oferta.

Tendo em conta os ciclos de desenvolvimento habituais da Nintendo para os seus jogos, é impossível esperar um novo Mario ou Metroid nos próximos anos. Talvez um Zelda em 2010: não acredito que o consigam lançar em 2009, mas seria uma agradável surpresa. Temos o Pikmin 3 anunciado, mas também não sabemos para quando... Então, o que se segue?

O suporte das 3rd parties

O suporte vindo das 3rd parties tem trazido do melhor e do pior para a Wii. Há jogos absolutamente memoráveis como o de Blob e o Zack & Wiki, infelizmente castigados pelo mercado por não serem brands conhecidos. O mesmo se pode dizer do Boom Blox que, apesar de não o ter jogado, acredito que seja muito bom visto todas as reacções por parte da crítica. Mas enquanto que uns decidiram apostar no Boom Blox novamente e anunciar uma sequela, já o mesmo não se passou com a Capcom: as baixas vendas do Zack & Wiki condenaram o que podia ser uma excelente série a um acto isolado. O port do Resident Evil 4 para a Wii foi um sucesso comercial que, infelizmente, foi interpretado como uma oportunidade para a Capcom lançar ports de todos os outros REs, em vez de desenvolver algo de novo para a consola. A Ubisoft tem-se limitado a encher as prateleiras da Wii com jogos de animais de estimação de qualidade duvidosa... e a popularidade de jogos fraquíssimos como o Carnival Games fez com que as empresas encontrassem uma oportunidade de fazer "dinheiro fácil" com péssimos jogos.

Por outro lado, temos a Sega a investir cada vez mais na Wii, embora os seus principais títulos só estejam para sair em 2009. A Capcom continua a investir em ports (provavelmente até que as pessoas deixem de os comprar) e a negar-lhe jogos como o Street Fighter 4 mas, curiosamente, tem o seu maior sucesso de vendas anunciado como exclusivo para a Wii: o Monster Hunter 3. No entanto, a empresa que mais se destaca no meio disto tudo é a Marvellous Entertainment: subitamente, anunciou uma quantidade de jogos fantásticos para 2009 que me deixam bastante curioso e interessado. A Square Enix desenvolveu o fantástico Pollux Engine que permite a ligação entre jogos lançados na Wii e na DS em simultâneo, cujos frutos surgirão também em 2009. Parece que, ao fim de dois anos, as 3rd parties começam finalmente a investir em força na consola... Então, sendo assim, o que podemos esperar para o 3º ano da consola?

E agora, 2009?

Muita coisa!! Da Nintendo, foram anunciados no Japão alguns jogos completamente novos (entre os quais dois RPGs) que deverão ser brevemente confirmados para o ocidente, como Cosmic Walker, Dynamic Slash, Spawn Smasher. O mais entusiasmante do próximo ano são os nomes já conhecidos: "Pikmin 3" será um must-buy e o "Punch-Out! Wii" e "Another Code" parecem ser interessantes, mas a grande surpresa foi mesmo o "Sin & Punishment 2" - considerado um dos melhores jogos da Nintendo 64, nunca tinha saído do Japão, até que em 2008 foi lançado para download na Virtual Console em todo o mundo. Para além disso, o novo "Wii Sports Resort" será o cavalo de tróia para introduzir o novo periférico "Wii Motion Plus", que irá aumentar as capacidades de detecção de movimento do comando e permitir o controlo de objectos em tempo real com máxima precisão - já começa a cheirar a novo Zelda?...

A Capcom irá lançar o Monster Hunter 3, que poderá vir a ser um dos jogos do ano para a consola... estamos a falar de uma das séries mais populares do Japão que, apesar de ainda pouco conhecida no ocidente, tem vindo a ser cada vez mais publicitada. Infelizmente, é tudo o que vejo de interessante vindo desta empresa, mas pelo menos é um jogo absolutamente épico...

Já a Sega irá publicar uma grande quantidade de jogos fantásticos. Começo pelo MadWorld - um jogo brutalmente violento, sim, mas com um estilo artístico fenomenal. Depois vem aquele que é, para mim, um dos mais esperados: "House of the Dead: Overkill" - nunca fui muito fã da série, mas o fantástico estilo artístico e apresentação à Grindhouse vendeu-me a ideia do jogo imediatamente. O "Sonic & The Black Knight" é a nova esperança dos fãs de Sonic em verem um grande jogo da série em 3D e, finalmente, temos ainda o "The Conduit" um FPS tecnicamente impressionante que promete agradar aos apreciadores do género.

Finalmente, destaco 3 jogos com estilos artísticos fantásticos, vindos da Marvellous Entertainment, que prometem ser excelentes jogos: Muramasa, um hack'n'slash completamente desenhado à mão, Little King's Story, um jogo que parece inspirado em Pikmin e, finalmente, Arc Rise Fantasia, o primeiro RPG de uma trilogia anunciada.

E é tudo?

Já sabemos como é a Nintendo e o seu secretismo... enquanto algum jogo não estiver pronto a ser mostrado, também não é habitual ser anunciado. No entando, a pressão feita pelos consumidores tem sido tanto que já foi anunciado o Pikmin 3 (como já referi), assim como está confirmado o desenvolvimento de um novo Mario e novo Zelda. Duvido que se saiba mais alguma coisa do Mario tão cedo, mas não me surpreenderia que um trailer do próximo Zelda surgisse durante o próximo ano (mas só isso). Os rumores de um Kid Icarus Wii já andam por aí há muito tempo... É certo que a Nintendo terá algumas surpresas na calha, visto que a maioria dos jogos anunciados deverão sair (pelo menos no Japão) todos no primeiro semestre de 2009. De qualquer forma, com base no que já foi anunciado, teremos um grande ano pela frente...

Parabéns Wii: os dois primeiros anos foram fantásticos, venha o terceiro!!

21 de novembro de 2008

Seis meses sem democracia

Já muito foi dito sobre as declarações de Manuela Ferreira Leite. Tanto, que a própria já veio a público, explicar o que realmente queria dizer, acabando por falar mais do que o habitual. Aliás, chego a perguntar-me se, em vez de reclamarem por terem uma líder da oposição que não fala, não deveriam era estar gratos por isso...

Mas depois de encontrar um excelente post de Pedro Cavaco dedicado ao assunto, ocorreu-me uma ideia que não seria assim tão má: e se todos tivessemos direito aos nossos 6 meses sem democracia?

Vem um pouco de encontro à tipica questão "e se você mandasse, o que faria?" e as consequentes típicas respostas de erradicar a pobreza, paz no mundo, etc., eu sei. Mas com um pequeno toque de ditadura, as coisas seriam mais divertidas. Aposto que teríamos períodos fantásticos como "6 meses sem impostos" ou "6 meses sem pagar dívidas" vindos de alguém da classe média, "6 meses sem carro" por parte de um ambientalista, "6 meses sem velhinhas no autocarro" por parte dos restantes utentes do mesmo... Claro que também viria a ganância, um qualquer ditador temporário podia querer acumular riqueza e colocar todo o país em sofrimento... mas ao fim desses 6 meses, viria outro para acabar com o seu reinado de tirania e ficávamos todos bem.

Visto de um certo ponto de vista, até que seria relativamente democrático!

19 de novembro de 2008

Manicómio FEUP

Recebi hoje (assim como todos os alunos da FEUP) o seguinte e-mail:

Foram avistados 3 pessoas a correr com casacos verde claro, calças vermelhas e chapéus de cowboys perto da feup. Um deles leva-va uma machadinha de pequeno porte, o outro um aerossol, e o terceiro um saco plástico. Além de gritarem obcesnidades e vandalisarem paredes, há pessoas que os viram a espancar alunos. Não se aproximem deles! Se os virem, deixam a área o mais depressa possivel! Apesar de não estarem armados, são perigosos!


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Esta mensagem foi enviada por 080503291 - Joao Martins para potencialmente 6935 pessoas.

Sistema de Email Dinâmico do SIGARRA - FEUP
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Bem... foi o momento "WTF" do mês.

7 de novembro de 2008

Pesquisas e Referências

Não sei como funciona nos outros cursos, mas em Engenharia Informática é muito comum os alunos ignorarem por completo as bibliografias nos seus relatórios. Muitas vezes fazem-se trabalhos sem consultar ou conhecer minimamente o trabalho já desenvolvido por outras pessoas na mesma área. Salvo alguns professores, mais ligados à área de investigação, não é frequente levar-se em conta na avaliação a capacidade de pesquisa ou o espírito de investigação. É uma prática comum desenvolver-se trabalhos académicos com recurso a pesquisas rápidas no Google, abrir meia dúzia de links e fechá-los assim que deixam de ter utilidade. Links, autores e conteúdos acabam esquecidos no histórico do browser, os pequenos pedaços de informação que ajudaram a desenvolver uma parte do trabalho ou a escrever algum conteúdo do relatório desaparecem... até à altura em que é preciso escrever as conclusões e acrescentar uma bibliografia no final. É nessa altura que se regressa ao Google para uma pesquisa rápida, copiar 3 ou 4 links e chapá-los na última página do relatório. Há o cúmulo de muita gente utilizar a própria página do Google como uma referência bilbiográfica - quando, na realidade, é uma ferramenta de pesquisa.

Ao desenvolver um relatório de Dissertação (tal como qualquer outro, embora não seja prática corrente), é fundamental ter em conta o respeito pelo trabalho dos outros autores. Além disso, é o trabalho de outros que pode servir de base para fundamentar algo que se queira dizer, como justificar a escolha de uma metodologia. A lista de referências é algo que deve existir num relatório desde o começo do seu desenvolvimento, não algo que escrevemos no fim conforme nos lembramos. Tem ainda a utilidade de nos permitir voltar facilmente a um documento que nos serviu de referência, sempre que for necessário.

Uma boa pesquisa enriquece sempre um trabalho, especialmente quando esta é devidamente documentada. De entre as várias ferramentas disponíveis na internet, quero salientar o Google Scholar, que permite consultar uma infinidade de artigos científicos, teses e dissertações, assim como outros documentos que tenham esses resultados como referência e quais os principais autores com documentos nessa área de investigação. Além disso, para quem utilizar LaTeX, o Scholar permite retirar uma referência para o Bibtex já devidamente formatada, o que poupa bastante trabalho a quem não gosta de organizar biliografias.

27 de outubro de 2008

Ambiente de trabalho

Segunda-feira e muita preguiça... dizem que é um mal comum! Gostava de ter uma espécie de comprimido que se pudesse tomar e, de repente, ficava-se extremamente produtivo, mesmo que fosse uma manhã cinzenta de segunda-feira. O local de trabalho, o ambiente que nos rodeia, é algo que ajuda bastante. Mas, nos dias que correm, é mais fácil encontrar distracções do que factores que impulsionem a concentração.

O facto de ter um computador como instrumento essencial para o trabalho, e necessitar da internet para quase tudo, abre as portas a uma imensidão de coisas mais divertidas para se fazer. Cliente do twitter sempre actualizado, messenger ligado, todas as feeds de RSS a gritar "read me! read me!"... tudo isso pode ser desligado, sim, mas isso só leva à sensação de estar desconectado e aumenta a curiosidade em ver o que se está a passar. É mais fácil ignorar um pop-up do twitter, do que ficar na dúvida, com vontade de ir ver se há novidades...

Depois há o tempo que se perde a pesquisar sobre várias maneiras possíveis de aumentar a produtividade. Acho que todos esses sites deviam ter um "disclaimer" que nos avisasse: a melhor maneira de aumentar a produtividade é não perder tempo a procurar como o fazer.

Os locais de trabalho são, na minha opinião, o mais importante. Estar na biblioteca da faculdade, por exemplo, incentiva-me muito mais ao trabalho do que quando estou numa sala qualquer de computadores da FEUP, com dezenas de pessoas nos hi5's, a ver trailers ou animé ou ajogar qualquer coisa no miniclip. Até num café (embora só em alguns) consigo trabalhar melhor do que nessas salas. Em casa, nem se fala... trabalhar em casa é, para mim, um mito. Algo que só acontece aos outros. Prefiro ficar mais um pouco na faculdade a terminar alguma coisa, do que deixar "para fazer em casa"...

De qualquer modo, já tenho em mente o meu plano de trabalhos para hoje, que tenciono realmente cumprir. Conhecendo o tipo de ambientes em que trabalho melhor, é mais fácil conseguir a disciplina de trabalho necessária, tendo em conta o universo de adversidades à produtividade!

20 de outubro de 2008

Linhas tortas

Muito tempo depois do último post, eis que regresso para um pequeno update. Passou o verão, começaram a cair as folhas das árvores e tem estado, em geral, mais quente do que em muitos dias de Agosto. Seguiu-se a fase de candidaturas a projectos e dissertações... da qual resultou numa escolha difícil, na altura, mas que me parece ter sido a melhor opção. Já comecei a trabalhar e estou interessado no tema, o que é bastante positivo (por oposição à maioria dos temas de projectos, que não me agradaram muito). Resultado: mais umas semanas de trabalho na FEUP.

Ter escolhido dissertação implica um maior sentido de responsabilidade e, acima de tudo, auto-disciplina. Não tendo a pressão característica de um emprego, há uma tendência ilusória de pensar que há menos trabalho a fazer... Assim sendo, voltar ao trabalho. Muita coisa para ler ainda hoje, penso que me vou enfiar no café com os PDF's impressos e o iPod.

30 de junho de 2008

Mariza, no Metro

Fadista, embaixadora da Boa Vontade da Unicef e, por hoje, directora do jornal Metro. Já tinha sido anunciado há algum tempo que, no dia 30 de Junho, Mariza iria tomar as rédeas na redacção do jornal e assumir o cargo de directora, o que me deixou bastante curioso e interessado em adquirir uma cópia do jornal de hoje. Não sei de que forma surgiu a ideia de a convidarem para tal, mas diga-se a bem da verdade que foi uma ideia genial. No jornal de hoje, não há exploração de dramas e tragédias nem se discute a vida alheia: explora-se o lado positivo dos acontecimentos, mostram-se as boas notícias. Os noticiários da televisão e os restantes jornais destacam hoje o aumento dos combustíveis, o Metro destaca a descida do IVA.

Muitas vezes, vemo-nos rodeados de um pessimismo derrotista de que "isto está mal". Quanto desse pessimismo nos é passado pela imprensa? Não seria bem melhor pensar que "isto vai melhorar"? O jornal Metro de hoje evidencia o que de bom acontece no mundo. E depois de ler um jornal assim, pergunto-me por que motivo não existe à venda um jornal chamado "Bom Dia", que nos ajude a começar o dia com um sorriso em vez de nos tentar chocar com mais uma vítima de carjacking ou mais uma subida dos combustíveis. É óbvio que existe uma necessidade de informar as pessoas do que acontece no mundo, e é óbvio que nem tudo podem ser boas notícias. Mas por que razão se há-de dar mais importância aos sinais negativos do que aos positivos?

Honestamente, nunca pensei que convidar a Mariza para editar um jornal pudesse ter um impacto tão grande como teve no seu conteúdo. Gostava que o fizessem mais vezes, aliás, gostava que o fizessem sempre!
O jornal Metro de hoje pode ser lido integralmente na página oficial em www.readmetro.com

19 de junho de 2008

Ladytron - Versus


Distance versus time,
cutting verses down to size.
Focus versus tears versus
"How did I get here's"
versus curses in your eyes

Force of nature versus range,
nature versus what is strange
"There's a fire starting here"
versus "There's nothing to fear"
versus lonely versus safe

Like a kitten versus rain
A cathedral versus love versus shame
Free versus hard to see
versus, versus, versus me versus me

(Ladytron - "Versus")

Os Ladytron continuam excelentes como sempre. Embora não tenham um single tão comercializável como o "Destroy Everything You Touch" neste novo álbum Velocifero, as músicas estão simplesmente fantásticas e esta "Versus", que encerra o álbum, é sem dúvida o melhor exemplo disso. Extremamente recomendado!

4 de junho de 2008

LNPD: RSS on Twitter

A preparar-me para apresentar o trabalho de LNPD. Foi desenvolvida uma aplicação que permite actualizar automaticamente o Twitter sempre que o utilizador coloca um novo post no seu blog pessoal, a partir da feed RRS do blog. Experimentem!

RSS on Twitter: http://trmfreitas.com/lnpd/index.php/All/start

29 de maio de 2008

The end is near...

Hoje, de um momento para o outro, apercebi-me de que tudo está a acabar. A última semana de aulas. Os últimos trabalhos para entregar. Os últimos relatórios. Os últimos exames. De repente, apercebi-me de que o semestre passou mesmo depressa. Apercebi-me que, aquela vontade de acabar isto o mais depressa possível, se tornou em nostalgia momentânea. Apercebi-me de como o curso, afinal, até passou depressa. Não é que já esteja tudo feito, ainda há muito por fazer. Mas aproxima-se o prazo para que tudo acabe, aproxima-se a uma velocidade alucinante.

Onde é que está o trailer da próxima temporada?

8 de abril de 2008

A demanda

6:30 - telemóvel a despertar
7:15 - apanhar camioneta para o Porto
7:45 - estação de S. Bento, esperar pelo pessoal
8:00 - partida do Porto
8:45 - chegada a Guimarães
8:55 - fila de 25 pessoas à nossa frente
9:35 - BILHETES!!!

27 de março de 2008

Portishead - Coliseu do Porto

É complicado encontrar palavras depois do concerto de ontem...

Com uma sala esgotada, repleta de fãs que não viam um concerto deles há mais de 10 anos e fãs que nunca tiveram a oportunidade os ver, os Portishead foram recebidos com euforia. Do alinhamento fizeram parte alguns dos grandes clássicos como "Wandering Star", "Roads" e "Sour Times", juntamente com vários temas do novo álbum, que está prestes a ser lançado no mercado. Sem conhecer nada do novo álbum Third, com a única excepção do single Machine Gun, fiquei com uma impressão bastante positiva daquilo que ouvi: conseguiram criar algo que, sem fugir do universo sonoro que caracteriza a banda, soa a algo completamente novo. "The Rip" foi, para mim, a maior surpresa e um dos momentos altos do concerto, que encerrou com a fantástica "We Carry On" e a Beth Gibbons entregando-se completamente ao público, descendo do palco para cumprimentar tantas pessoas quanto conseguiu, na fila da frente! Um público eufórico, uma banda cheia de energia... um magnífico concerto!

18 de março de 2008

645

Foi, finalmente, lançado o videoclip para o novo single "645" dos The Gift e, curiosamente, não é mais do que uma actuação da banda ao vivo. No entanto, no caso da música em questão e o álbum em que se insere, penso que faz bastante sentido - afinal, o "Fácil de Entender" é um álbum gravado inteiramente ao vivo com duas faixas de bónus gravadas em estúdio, sendo uma delas este novo single promocional. O vídeo funciona mais como uma extensão do álbum do que um videoclip tradicional, mas cumpre na perfeição os seus objectivos, transmitindo toda a energia da música e uma imagem bastante real do que foram e são os concertos desta "Fácil de Entender Tour". Enjoy!

11 de março de 2008

Stranger in a strange land

"He walks among us, but he's not one of us"

Desde míudo que tenho um certo fascínio por aquelas pessoas que não são de lado nenhum, vivem pelo mundo, viajam e conhecem inúmeros locais... mas na realidade nunca sentem que pertencem a lugar algum. A imagem do casaco comprido, o saxofone que alguém toca no bar, a barba aparada e a cadeira vazia ao lado... São personagens que vivem nos filmes e nas comics americanas, ou nas séries de televisão. São independentes, muitas vezes arrogantes, sentam-se no café a ler um livro e não querem ser incomodados. Geralmente, são retratados em dias cinzentos e há sempre um narrador a contar a história, tendo jazz como música de fundo.

Quase sempre, são personagens solitários desprendidos de tudo, mas muitas histórias criam a ilusão de que um dia irão encontrar um lugar e uma pessoa que os faça "ficar". Outros, são personagens que procuram esse lugar a que possam pertencer, mas nunca o conseguem encontrar. Grande parte deles são artistas - músicos, pintores ou escultores - nunca vi um que fosse médico ou engenheiro. Nunca percebi de que é que eles vivem, como se sustentam... os personagens dos livros nunca têm família, possivelmente foi uma grande herança que receberam, nos livros isso nunca é importante.

5 de março de 2008

[REC]

Este ano, a grande descoberta que fiz no Fantas foi que o cinema de terror espanhol está ao mais alto nível, podendo ser facilmente comparado ao terror japonês. "El Orfanato", produzido por Guillermo del Toro, e o surpreendente "[REC]" são dois grandes exemplos disso e, destes, o segundo foi o que mais me marcou.

A história de [REC] tem por base uma equipa de reportagem que segue um grupo de bombeiros numa missão. A câmara do repórter é o único ponto de vista que nos é dado, todo o filme é apresentado como material jornalístico para uma reportagem de um programa chamado "Enquanto Vocês Dormem". O realismo de todo o filme é reforçado pelo excelente desempenho da actriz Manuela Velasco, que não podia ser mais credível no seu papel: imaginem um personagem que mistura as apresentadoras do "Êxtase" com o sensacionalismo da TVI, para conseguirem ter uma ideia. A própria construção das personagens é brilhante, mesmo as mais insignificantes para a história têm personalidades muito próprias e muito bem caracterizadas.

Como não quero entrar em detalhes acerca da história (senão perde a piada), limito-me a referir que o que os bombeiros encontraram foi uma missão muito fora do vulgar... Há outros teasers e trailers no YouTube para quem não se importar de ficar a saber mais sem ter visto o filme, mas deixo aqui um vídeo com as reacções do público no Festival de Cinema de Sitges. As reacções do público do Fantasporto não foram muito diferentes...



Uma pequena nota: no final do filme, todos comentavam já ter ouvido falar anteriormente de um certo evento referido no filme, que terá sido muito noticiado. No entanto, após várias pesquisas... nada encontrei sobre o assunto... Realidade misturada na ficção, ou apenas ficção???

20 de janeiro de 2008

Portishead

12 anos. É aproximadamente este o tempo que os fãs de Portishead tiveram de esperar pelo lançamento do 3º àlbum de originais da banda. Nunca se separaram, nem estiveram para acabar. Simplesmente demorou todo este tempo, para um resultado que, neste momento, se mantém uma incógnita. O que sairá deste novo álbum? Mais do mesmo? Algo tão diferente que não irá parecer deles? O terceiro àlbum dos Portishead, ainda sem título conhecido, sairá em Portugal dia 14 de Abril de 2008.

A promotora Everything Is New, desde que se lançou no mercado, tem feito muito mais pela cultura musical deste país do que qualquer outra, assegurando concertos de bandas absolutamente fantásticas em terras lusas. Na passada sexta-feira, 18 de Janeiro, foi anunciado o regresso de uma banda mítica aos palcos nacionais: os Portishead - dia 26 de Março no Coliseu do Porto, 27 de Março no Coliseu de Lisboa. Os bilhetes já estão à venda e eu não pude deixar de assegurar o meu o mais rapidamente possível - nunca se sabe o quão rapidamente irão esgotar!

A digressão europeia da banda começa precisamente em Portugal, no Coliseu do Porto, onde será desvendado o esperado álbum de regresso. Eu estarei lá para ver... e ouvir!

16 de janeiro de 2008

Mathangi Arulpragasam (M.I.A.)


M.I.A., como é conhecida, foi para mim uma descoberta muito peculiar. Após constatar a maneira como a crítica internacional aclamou o álbum "Kala", senti alguma curiosidade em ouvir e tentar perceber a razão de tanto interesse existente à volta desta cantora. Com uma rápida pesquisa no YouTube, descobri os vídeos de "Jimmy" e "Bird Flu". E, com isto, fiquei na dúvida se M.I.A. seria, afinal, uma cantora indiana ou do médio oriente, que tinha recolhido influências ocidentais para as suas músicas. Mais alguns vídeos, começo a notar muita influência de hip-hop e até da música latina. Uma crise de identidade que me fez pesquisar mais sobre ela, até que descobri que afinal Mathangi Arulpragasam é uma artista londrina originária do Sri Lanka.

Mas o que faz com que a música de M.I.A. se destaque, não são as galinhas a marcar o ritmo de "Bird Flu", nem os tiros que são disparados no refrão de "Paper Planes". O que realmente faz com que a música de M.I.A. seja única é a total ausência de uma referência geográfica ou cultural que nos faça associá-la directamente a um determinado país. É a forma como o tecno, o hip-hop e muitos outros estilos se fundem perfeitamente com um toque de Bollywood, numa única música. A forma como se transmite a mensagem de uma música que é de todo o mundo e não de lugar nenhum. Se a globalização está associada a uma mistura de culturas, então a música de M.I.A. representa essa mistura na perfeição.

As mensagens têm um forte carácter político, como seria de esperar de uma mistura de tal envergadura. Capitalismo, violência e terrorismo, todos têm lugar para uma crítica nas músicas. Mas o maior ataque é dirigido directamente contra a xenofobia. Segundo a artista, as pessoas hoje em dia não sentem que os imigrantes ou refugiados possam trazer algo de novo ou positivo a nível cultural. A sua música prova exactamente o contrário: a casa de M.I.A. é o mundo, não há "estrangeiros".

Mas, com tanta coisa à mistura, como é possível que a música funcione? É certo que nem todos irão gostar, e que dificilmente sairá daqui uma Rihana com milhões e milhões de cópias vendidas (apesar da discutível qualidade das suas músicas). Mas a arte de M.I.A. transcende a própria música. Um exemplo claro disso é o videoclip de "Jimmy", feito a partir de dois elementos vindo de culturas tipicamente consideradas "opostas": indumentária e coreografia claramente oriental (muito ao estilo indiano) conjugadas com uma parede de LED's coloridos e imagens iconográficas. O vídeo é visualmente viciante (embora não seja recomendado a pessoas que sofram de epilepsia).

M.I.A. - Jimmy


Do álbum "Kala", para além da Jimmy, recomendo músicas como "Bird Flu", "World Town", "Hussel" e a absolutamente genial "Paper Planes". Esta última tem uma mensagem extremamente directa contra o capitalismo e a xenofobia. Para terminar este já longo post, deixo então o vídeo para uma música que, para mim, chega a ser arrepiante.

M.I.A. - Paper Planes

10 de janeiro de 2008

Bolhinhas de sabão laranja!

Bem, nem de propósito, acabei de descobrir que no próximo sábado dia 12 a Optimus vai encher o Porto e Lisboa de bolhinhas de sabão cor-de-laranja, entre outras coisas! Isto vem na sequência da promoção da nova imagem da Optimus, sobre a qual podem saber tudo em nova.optimus.pt

9 de janeiro de 2008

Preguiça, bolhinhas de sabão

“Ai a graça do amor, já não vou trabalhar...” assim cantava JP Simões numa das minhas músicas preferidas dos Quinteto Tati. Hoje estava com demasiado ócio para me enfiar no laboratório a revelar fotografias. O facto de ainda ter de terminar o trabalho anterior é provavelmente um dos factores principais para que tal aconteça: se já estivesse a trabalhar numa coisa nova, provavelmente estaria mais entusiasmado! Não me apeteceu ficar em casa a jogar. Já completei tudo o que havia a completar no Super Mario Galaxy e, sinceramente, não vejo um outro jogo que seja assim tão divertido e que seja capaz de me prender ao ecrã durante horas a fio. Ficar em casa não era uma hipótese... lá me enfiei no transporte em direcção ao Porto.

A praça da Batalha estava diferente. Dois moranguitos (leia-se: rapazes de 15 ou 16 anos, vestidos com roupas de marca, que deixam crescer o cabelo na parte de trás pra ficarem iguais aos da TV) passeavam alegremente pela rua enquanto espalhavam bolhinhas de sabão pelo ar. Se viram isso na televisão e quiseram imitar ou se foi algo que partiu da iniciativa deles, é irrelevante para a história. O efeito de imensas bolhinhas de sabão numa cidade cinzenta como esta costuma ser, é indiscutivelmente bonito.

Acho piada à quantidade de gente que se acumula à porta dos cafés, na rua, pra fumar o seu cigarro. Nos Carvalhos tem ainda mais piada, logo às 8:30 da manhã ver as esplanadas completamente cheias de jovens entre os 14 e os 17 anos, quando o interior dos cafés fica praticamente deserto – quer faça chuva ou faça sol. Bem mais inteligentes seriam se andassem a soprar bolhinhas de sabão: não lhes fazia mal nenhum, e até dava um efeito engraçado!

Apanhei um autocarro para o Progresso – sim, é só uma paragem, mas a subida é inclinada, tenho passe e estava com preguiça para ir a pé. Um senhor de idade já avançada tossia até que lhe saíssem os pulmões (quando saí do autocarro, ele ainda não tinha conseguido, mas estava quase), enquanto as outras pessoas olhavam pelo vidro o lento processo de desmontar a maior Árvore de Natal da Europa. É ridículo pensar que não lhe tirei uma única foto... Tempo não me faltou, mas sempre fui deixando para “outro dia” porque tinha “muito tempo”. E pronto, depois veio o mau tempo e lá se foram as fotos. É nisto que dá ser-se preguiçoso!