Mundo perfeito

Às vezes parece que vivemos à procura de um mundo perfeito... Constantemente nos deparamos com as suas imperfeições, com aquilo que gostávamos de ver melhorado...

As férias correm bem. Não tenho tempo para nada... E ainda bem que assim é! Mas às vezes pergunto-me para onde foi toda a gente... Há um ano atrás, estava completamente sozinho, bem sei. Mas este ano parece que meio mundo foi pra longe. Muitos já estão a trabalhar ou a concluir o estágio. Outros estão "de férias", que é como quem diz que foram passear com a família ou amigos. E, embora não tenha razão de queixa por falta de companhia, sinto que muita gente está cada vez mais distante. Algumas pessoas das quais eu sinto falta. É o começo do separar de muitos caminhos...

Se o próximo ano lectivo correr como espero, daqui por um ano estarei eu próprio a preparar-me para entrar em estágio. Por essa altura, muitos amigos meus estarão já a concluir os seus. E, num ano de cadeiras optativas em que cada um segue a sua área de preferência, sente-se cada vez mais longe o tempo em que se tinha a mesma turma para todas as disciplinas... ou até mesmo o tempo em que combinava com amigos meus em que turmas ficar a cada cadeira...

Gradualmente, o emaranhado de linhas que foi criado de um momento para o outro, quando entrei para a faculdade, vai-se dispersando. Cada linha se vai afastando conforme cada um define o seu caminho. Há sempre os nós de amizade que ficam para sempre ligados, mas a vida faz com que muitos se distanciem... Num mundo perfeito, escolheríamos as linhas que quiséssemos manter junto de nós. Não sendo possível, resta-nos a possibilidade de continuamente procurar novas pessoas, novas maneiras de ver o mundo: estabelecer novas amizades.

Estou numa fase importantíssima do meu curso, em que tenho de tomar decisões que podem (ou não) mudar radicalmente o rumo que a minha vida poderá seguir. É a altura em que tenho de arrumar definitivamente com aquelas cadeiras de que não gostei e fui deixando. Mas é também a altura em que tenho a oportunidade de escolher cadeiras que sejam boas pra mim e, principalmente, que eu goste de frequentar. E, seguindo essas oportunidades, com o que me irei deparar? É o fascínio pelo desconhecido que me move, mas é o medo do desconhecido que me detém. É uma certa adrenalina que se mistura com a minha nostalgia.

Dá-me um pequeno arrepio na espinha.