"He walks among us, but he's not one of us"
Desde míudo que tenho um certo fascínio por aquelas pessoas que não são de lado nenhum, vivem pelo mundo, viajam e conhecem inúmeros locais... mas na realidade nunca sentem que pertencem a lugar algum. A imagem do casaco comprido, o saxofone que alguém toca no bar, a barba aparada e a cadeira vazia ao lado... São personagens que vivem nos filmes e nas comics americanas, ou nas séries de televisão. São independentes, muitas vezes arrogantes, sentam-se no café a ler um livro e não querem ser incomodados. Geralmente, são retratados em dias cinzentos e há sempre um narrador a contar a história, tendo jazz como música de fundo.
Quase sempre, são personagens solitários desprendidos de tudo, mas muitas histórias criam a ilusão de que um dia irão encontrar um lugar e uma pessoa que os faça "ficar". Outros, são personagens que procuram esse lugar a que possam pertencer, mas nunca o conseguem encontrar. Grande parte deles são artistas - músicos, pintores ou escultores - nunca vi um que fosse médico ou engenheiro. Nunca percebi de que é que eles vivem, como se sustentam... os personagens dos livros nunca têm família, possivelmente foi uma grande herança que receberam, nos livros isso nunca é importante.
2 comentários:
Engraçado que ando a ler um livro que retrata exactamente uma personagem assim :)
Compreendo facilmente esse teu fascínio porque o partilho também.
Gostava de ser um desses solitários, não gostavas? ;)
Beijo
Excelente dissertação... ;)
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