11 de março de 2008

Stranger in a strange land

"He walks among us, but he's not one of us"

Desde míudo que tenho um certo fascínio por aquelas pessoas que não são de lado nenhum, vivem pelo mundo, viajam e conhecem inúmeros locais... mas na realidade nunca sentem que pertencem a lugar algum. A imagem do casaco comprido, o saxofone que alguém toca no bar, a barba aparada e a cadeira vazia ao lado... São personagens que vivem nos filmes e nas comics americanas, ou nas séries de televisão. São independentes, muitas vezes arrogantes, sentam-se no café a ler um livro e não querem ser incomodados. Geralmente, são retratados em dias cinzentos e há sempre um narrador a contar a história, tendo jazz como música de fundo.

Quase sempre, são personagens solitários desprendidos de tudo, mas muitas histórias criam a ilusão de que um dia irão encontrar um lugar e uma pessoa que os faça "ficar". Outros, são personagens que procuram esse lugar a que possam pertencer, mas nunca o conseguem encontrar. Grande parte deles são artistas - músicos, pintores ou escultores - nunca vi um que fosse médico ou engenheiro. Nunca percebi de que é que eles vivem, como se sustentam... os personagens dos livros nunca têm família, possivelmente foi uma grande herança que receberam, nos livros isso nunca é importante.

2 comentários:

Phenomena disse...

Engraçado que ando a ler um livro que retrata exactamente uma personagem assim :)

Compreendo facilmente esse teu fascínio porque o partilho também.

Gostava de ser um desses solitários, não gostavas? ;)

Beijo

Tiago Ramos disse...

Excelente dissertação... ;)