13 de julho de 2007

Zeitgeist

Chegou, finalmente, o novo álbum dos Smashing Pumpkins: Zeitgeist. Um mês depois do fantástico concerto em Lisboa, a expectativa subiu bastante desde então. Porque o concerto foi magnífico, porque tinha a certeza que o álbum não me ia desiludir. Bem, a verdade é que não me desiludiu. Apenas me surpreendeu pouco... O facto de ter passado um mês a ouvir as gravações do concerto a que assisti, entre outros, também ajudou para isso, pois as músicas que mais gostei de ouvir na primeira rodagem do CD, foram precisamente as que não conhecia. O álbum tem garra (nada como ouvir a United States para o comprovar), mas não é por isso que deixa de ter potenciais novos "hinos" - apenas não se espere daqui uma nova "Disarm". Potenciais singles, músicas que ficam no ouvido e apetece cantar, não faltam no Zeitgeist: Starz e Bring The Light são as primeiras que me vêm à cabeça.

O nome "Zeitgeist" significa o nível de avanço intelectual e tecnológico de uma dada época. Quando esta palavra aparece associada a uma imagem da Estátua da Liberdade a afundar, é fácil de entender que o álbum tem fortes mensagens políticas e sociais... As ilustrações contidas no interior do booklet são tão explícitas que falam por si: a Paris Hilton em grande plano, à frente de um cenário de destruição nuclear completamente desfocado é, provavelmente, o melhor retrato que se pode fazer da sociedade actual (especialmente a americana mas, infelizmente, não só). A imagem forte não é apenas uma questão estética, mas algo que está presente em todas as músicas do álbum a nível de sonoridade.

A United States é completamente incontornável, não só por ser a mais longa do álbum, mas também pelos seus fantásticos solos de bateria e a forte mensagem contida na música. Pode-se considerar que seja a mais representativa do Zeitgeist como um todo. Individualmente, todas as músicas são bastante boas, sendo difícil destacar uma ou outra. Ainda assim, não posso deixar de mencionar a Bleeding The Orchid, que acho lindíssima, nem o single Tarantula, com os seus pequenos mas excelentes solos de guitarra. A Starz é daquelas que me ficam mesmo na cabeça - felizmente, por bons motivos!

Zeitgeist é um álbum excelente. Diferente dos restantes (como estes já o eram dos anteriores), mas ao mesmo nível dos melhores: ficou à altura das expectativas. É bom ter os Smashing Pumpkins de volta!

1 comentário:

Nuno Mendes disse...

E não há nada como comprar o álbum, pois vale bastante a pena. Foi uma mudança agradável, pois considero que tenha se tornado diferente, nem bom, nem mau, mas continua a ser a grande banda que sempre eram (a que eu conhecia a música mas não sabia quem a tocava).

Bleeding the Orchid, United States e Starz são, de longe, as que mais gosto do álbum, sem esquecer as restantes (tudo bem que haja uma ou outra que não me diga muito, mas nada fora de normal). Continuam com a mesma garra de sempre, e foi uma boa re-entrada neste mundo.

Quando ao Zeitgeist em si, o artwork do álbum está brutal. Adoro o promenor como coisas importantes são esquecidas e sub-valorizadas quanto a várias coisas que podemos ver, como Wrestling e Paris Hitlon. Não me refiro à bomba nuclear nem à Mrs. Kennedy em particular, mas elementos que retratam coisas com importância.
Sem esquecer que, logo quando se abre o livro, damos de cara com a Paris Hilton, e, só depois, é que olhamos para a página da esquerda e vemos que há para lá inseridas imagens políticas e sociais (que vemos em segundo lugar, devido ao modo ocidental de ler).

Adorei e aconselho.