20 de janeiro de 2008

Portishead

12 anos. É aproximadamente este o tempo que os fãs de Portishead tiveram de esperar pelo lançamento do 3º àlbum de originais da banda. Nunca se separaram, nem estiveram para acabar. Simplesmente demorou todo este tempo, para um resultado que, neste momento, se mantém uma incógnita. O que sairá deste novo álbum? Mais do mesmo? Algo tão diferente que não irá parecer deles? O terceiro àlbum dos Portishead, ainda sem título conhecido, sairá em Portugal dia 14 de Abril de 2008.

A promotora Everything Is New, desde que se lançou no mercado, tem feito muito mais pela cultura musical deste país do que qualquer outra, assegurando concertos de bandas absolutamente fantásticas em terras lusas. Na passada sexta-feira, 18 de Janeiro, foi anunciado o regresso de uma banda mítica aos palcos nacionais: os Portishead - dia 26 de Março no Coliseu do Porto, 27 de Março no Coliseu de Lisboa. Os bilhetes já estão à venda e eu não pude deixar de assegurar o meu o mais rapidamente possível - nunca se sabe o quão rapidamente irão esgotar!

A digressão europeia da banda começa precisamente em Portugal, no Coliseu do Porto, onde será desvendado o esperado álbum de regresso. Eu estarei lá para ver... e ouvir!

16 de janeiro de 2008

Mathangi Arulpragasam (M.I.A.)


M.I.A., como é conhecida, foi para mim uma descoberta muito peculiar. Após constatar a maneira como a crítica internacional aclamou o álbum "Kala", senti alguma curiosidade em ouvir e tentar perceber a razão de tanto interesse existente à volta desta cantora. Com uma rápida pesquisa no YouTube, descobri os vídeos de "Jimmy" e "Bird Flu". E, com isto, fiquei na dúvida se M.I.A. seria, afinal, uma cantora indiana ou do médio oriente, que tinha recolhido influências ocidentais para as suas músicas. Mais alguns vídeos, começo a notar muita influência de hip-hop e até da música latina. Uma crise de identidade que me fez pesquisar mais sobre ela, até que descobri que afinal Mathangi Arulpragasam é uma artista londrina originária do Sri Lanka.

Mas o que faz com que a música de M.I.A. se destaque, não são as galinhas a marcar o ritmo de "Bird Flu", nem os tiros que são disparados no refrão de "Paper Planes". O que realmente faz com que a música de M.I.A. seja única é a total ausência de uma referência geográfica ou cultural que nos faça associá-la directamente a um determinado país. É a forma como o tecno, o hip-hop e muitos outros estilos se fundem perfeitamente com um toque de Bollywood, numa única música. A forma como se transmite a mensagem de uma música que é de todo o mundo e não de lugar nenhum. Se a globalização está associada a uma mistura de culturas, então a música de M.I.A. representa essa mistura na perfeição.

As mensagens têm um forte carácter político, como seria de esperar de uma mistura de tal envergadura. Capitalismo, violência e terrorismo, todos têm lugar para uma crítica nas músicas. Mas o maior ataque é dirigido directamente contra a xenofobia. Segundo a artista, as pessoas hoje em dia não sentem que os imigrantes ou refugiados possam trazer algo de novo ou positivo a nível cultural. A sua música prova exactamente o contrário: a casa de M.I.A. é o mundo, não há "estrangeiros".

Mas, com tanta coisa à mistura, como é possível que a música funcione? É certo que nem todos irão gostar, e que dificilmente sairá daqui uma Rihana com milhões e milhões de cópias vendidas (apesar da discutível qualidade das suas músicas). Mas a arte de M.I.A. transcende a própria música. Um exemplo claro disso é o videoclip de "Jimmy", feito a partir de dois elementos vindo de culturas tipicamente consideradas "opostas": indumentária e coreografia claramente oriental (muito ao estilo indiano) conjugadas com uma parede de LED's coloridos e imagens iconográficas. O vídeo é visualmente viciante (embora não seja recomendado a pessoas que sofram de epilepsia).

M.I.A. - Jimmy


Do álbum "Kala", para além da Jimmy, recomendo músicas como "Bird Flu", "World Town", "Hussel" e a absolutamente genial "Paper Planes". Esta última tem uma mensagem extremamente directa contra o capitalismo e a xenofobia. Para terminar este já longo post, deixo então o vídeo para uma música que, para mim, chega a ser arrepiante.

M.I.A. - Paper Planes

10 de janeiro de 2008

Bolhinhas de sabão laranja!

Bem, nem de propósito, acabei de descobrir que no próximo sábado dia 12 a Optimus vai encher o Porto e Lisboa de bolhinhas de sabão cor-de-laranja, entre outras coisas! Isto vem na sequência da promoção da nova imagem da Optimus, sobre a qual podem saber tudo em nova.optimus.pt

9 de janeiro de 2008

Preguiça, bolhinhas de sabão

“Ai a graça do amor, já não vou trabalhar...” assim cantava JP Simões numa das minhas músicas preferidas dos Quinteto Tati. Hoje estava com demasiado ócio para me enfiar no laboratório a revelar fotografias. O facto de ainda ter de terminar o trabalho anterior é provavelmente um dos factores principais para que tal aconteça: se já estivesse a trabalhar numa coisa nova, provavelmente estaria mais entusiasmado! Não me apeteceu ficar em casa a jogar. Já completei tudo o que havia a completar no Super Mario Galaxy e, sinceramente, não vejo um outro jogo que seja assim tão divertido e que seja capaz de me prender ao ecrã durante horas a fio. Ficar em casa não era uma hipótese... lá me enfiei no transporte em direcção ao Porto.

A praça da Batalha estava diferente. Dois moranguitos (leia-se: rapazes de 15 ou 16 anos, vestidos com roupas de marca, que deixam crescer o cabelo na parte de trás pra ficarem iguais aos da TV) passeavam alegremente pela rua enquanto espalhavam bolhinhas de sabão pelo ar. Se viram isso na televisão e quiseram imitar ou se foi algo que partiu da iniciativa deles, é irrelevante para a história. O efeito de imensas bolhinhas de sabão numa cidade cinzenta como esta costuma ser, é indiscutivelmente bonito.

Acho piada à quantidade de gente que se acumula à porta dos cafés, na rua, pra fumar o seu cigarro. Nos Carvalhos tem ainda mais piada, logo às 8:30 da manhã ver as esplanadas completamente cheias de jovens entre os 14 e os 17 anos, quando o interior dos cafés fica praticamente deserto – quer faça chuva ou faça sol. Bem mais inteligentes seriam se andassem a soprar bolhinhas de sabão: não lhes fazia mal nenhum, e até dava um efeito engraçado!

Apanhei um autocarro para o Progresso – sim, é só uma paragem, mas a subida é inclinada, tenho passe e estava com preguiça para ir a pé. Um senhor de idade já avançada tossia até que lhe saíssem os pulmões (quando saí do autocarro, ele ainda não tinha conseguido, mas estava quase), enquanto as outras pessoas olhavam pelo vidro o lento processo de desmontar a maior Árvore de Natal da Europa. É ridículo pensar que não lhe tirei uma única foto... Tempo não me faltou, mas sempre fui deixando para “outro dia” porque tinha “muito tempo”. E pronto, depois veio o mau tempo e lá se foram as fotos. É nisto que dá ser-se preguiçoso!